Sempre me ensinaram a poupar, para uma eventual eventualidade... Há 12 anos, quando comecei a trabalhar, e na altura com o intuito de pagar os estudos, o dinheiro tinha quase só esse único fim. Até que, mais tarde, e finda a vida escolar, passou a ter outras finalidades. Certo é que a «vida boa» durou pouco. E tudo o que ensinaram, a como investir o dinheiro e as reais utilidades que tem, deixou de fazer o mesmo sentido. Hoje, com dois meses de ordenados em atraso e subsídio de férias e de Natal «por um canudo», começo a sentir-me uma verdadeira «pobretanas». O «vil metal», que quase nunca chegou a aquecer-me os bolsos, porque era transformado em bens que achava extremamente essenciais, hoje não os aquece porque nem sequer lá chega... O desabafo, sei o bem, é comum a muitos portugueses, a mais do que seria desejável. A maldita crise, a financeira, bancária e sei lá o que mais, afecta sempre mais duramente os mais «pequeninos», que, como eu, ganham uma miséria e, ainda assim, com consideráveis atrasos. A mea culpa é assumida. Aqui estou, «enterrada» neste meu trabalho, «enterrada» numa esperança vã de que as coisas podem mudar. O gosto pela escrita já de nada vale, de nada serve, e enterro a minha cabeça na areia... O lamento, lamechas, chato e aborrecido, e tudo o que possam encontrar de sinónimos, fica aqui neste meu blog... que, reconheço, deveria apenas servir para mostrar o que faço e me identifica, mas que muda agora um pouco de tom. Melhores dias virão?.... Espero... Só mais um pouco... Mais um dia, uma hora, um minuto que seja... E a esperança, agora que o Natal se aproxima e se podem dizer aqueles «chavões» de sempre, será a última a morrer... Já agora mais um: Ano novo, vida nova... A ver vamos...
